O vereador
Daniel Carvalho (PV) se reelegeu para a presidência da Câmara Municipal de Contagem,
na última terça-feira (27). Na comparação a reeleição dos dois últimos
presidente da Casa, sua reeleição foi bastante antecipada.
Irineu Inácio
(PP), que comandou a Câmara de 2008 a 2012, reelegeu-se em dezembro
de 2010. Da mesma forma o vereador Teteco (PMDB). Presidiu a Câmara entre os
anos de 2013 e 2016, sendo reconduzido ao comando do legislativo em votação que
ocorreu no mês de novembro de 2014.
Mas tudo dentro
dos conformes. O regimento da Câmara assim permite. A eleição foi aprovada em
requerimento apresentado na semana anterior.
Era uma eleição que
vinha tencionando a relação entre Daniel Carvalho e o prefeito Alex de Freitas
(PSDB).
Desde que o
vereador Teteco (MDB) foi escolhido líder do governo na Câmara, corre a notícia
– impulsionada pelo próprio emedebista -- de que o acordo do MDB com o
governo incluía, além da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e outros
cargos na estrutura da prefeitura, o apoio do governo para o seu retorno à presidência da Câmara.
Não se tratava só
de boato. O governo chegou a oferecer o comando de uma secretaria a Daniel
Carvalho, para que este saísse da disputa e apoiasse a candidatura de Teteco. Não
houve acordo.
Daniel movimentou-se rápido, construindo maioria ante a fragilidade política do governo
tucano. A relação entre o executivo e os vereadores permanece muito ruim. Até a
possibilidade de impeachment de Alex de Freitas foi discutida no final de 2017.
Começou como uma conjecturação
descompromissada e entrou na seara da viabilidade jurídica.
Teteco, o
candidato do governo, também não ajudou muito. Como líder de governo, reclamam
os vereadores, ele tratou de articular só os seus interesses. Perdeu o convencimento
e ascensão sobre os seus pares.
Com esse cenário, o governo seria facilmente derrotado.
Alex costurou uma “vitória na derrota”. Acertou
uma composição com o presidente da Câmara, entregando-lhe os poucos votos que
tinha. Tenta, com isso, recelebrar a relação com Carvalho, além de evitar a exposição
da sua fragilidade política.
Isso garantiu a eleição, por unanimidade, de Daniel
Carvalho. Ele sabe, porém, que ganharia “apesar do governo”.
Intimamente, não deve se sentir obrigado a nada.
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