Apenas como parte das formalidades necessárias Ă instrumentação de um contrato bilionário da Secretaria de Municipal de Educação de Contagem, foi realizada, ontem, na Câmara Municipal, audiĂŞncia pĂşblica “para esclarecimentos relativos ao processo de licitação” de uma Parceria PĂşblico Privada (PPP), para construção de cinco prĂ©dios que receberĂŁo Escolas de Tempo Integral. Outras duas unidades já existentes tambĂ©m serĂŁo reformadas pela PPP, para adequação Ă modalidade educacional.
Pela construção e reforma, a empresa vencedora tambĂ©m receberá do municĂpio pela gestĂŁo administrativa das unidades. Ă€s empresas interessadas, a licitação oferece uma remuneração anual de cerca de R$ 21 milhões ao ano.
A duração do contrato da PPP Ă© de 30 anos. Isso mesmo: a solenidade de ontem, prĂł forma, antecede o pagamento, pelas prĂłximas trĂŞs dĂ©cadas, de uma despesa de aproximadamente R$ 7,5 bilhões aos cofres pĂşblicos do municĂpio.
A duração do contrato da PPP Ă© de 30 anos. Isso mesmo: a solenidade de ontem, prĂł forma, antecede o pagamento, pelas prĂłximas trĂŞs dĂ©cadas, de uma despesa de aproximadamente R$ 7,5 bilhões aos cofres pĂşblicos do municĂpio.
VocĂŞ leu corretamente; bilhões, com “b” de bola.
É um negócio da Finlândia!
O padrĂŁo adotado pretende replicar a "experiĂŞncia" que Alex conheceu, no primeiro ano do seu mandato, em uma das suas viagens internacionais.
Os poucos professores e pais de alunos que compareceram saĂram de lá com duas reclamações: a falta de divulgação apropriada ao que estava em curso, e respostas objetivas aos questionamentos levantados.
Por exemplo: pelo alto valor estimado para o pagamento da PPP, como ficará o orçamento para as demais escolas da rede municipal de Educação? Toda a estrutura construĂda estava no plano pedagĂłgico do municĂpio?
As repostas dadas pelos integrantes do governo foram, invariavelmente, lacĂ´nicas e evasivas.
Como em quase tudo que anuncia a atual gestão, inalteradamente, muitas são as dúvidas e as suspeitas. A primeira delas, é da veracidade da ação.
Será que nĂŁo se trata de mais um “anĂşncio” ermo, que o governo deixará no vácuo das suas muitas nĂŁo realizações?
Na educação, por exemplo, Alex de Freitas já anunciou que os estudantes da rede municipal, a partir do 6Âş ano, receberiam notebooks. TambĂ©m prometeu a instalação de “lousas digitais”. Tudo muito moderno, na exata medida em que tambĂ©m se revelou falacioso.
Questionada sobre a quebra da confiança da gestĂŁo, a secretária municipal de Educação, Sueli Baliza, resignou-se em apontar que confiança nĂŁo se cria por “força de decreto”. “Confiança se constrĂłi no curso da relação”, afirmou.
O burburinho que se criou no público presente após a fala da secretária foi constrangedor. Na balburdia das vozes, a afirmação de que, se confiança se constrói na relação, todos ali estavam perdendo tempo.
Guilherme Jorgui