Ninguém
entendeu a gigantesca participação do PSDB Minas, destacadamente dos quadros de
Belo Horizonte, na composição do governo do prefeito Alex de Freitas. Ele chegou
ao PSDB, por assim dizer, aos 45 do segundo tempo. O partido em que estava anteriormente
filiado, o PSB, nĂŁo lhe dava “segurança” para disputar Ă Prefeitura de
Contagem. É que o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda — todos sabiam — nĂŁo ia
muito com as “fuças” do hoje prefeito de Contagem.
Assim
se deu o desembarque de Alex de Freitas da sua antiga legenda, o que nĂŁo representou
boa acolhida no ninho tucano.
A
pacificação para sua chegada no PSDB de Contagem teve o apoio de uns três
correligionários. Resistiam a ele mais ou menos uns 300 dentro da legenda.
Muitos
tucanos viam em Alex uma figura estranha ao ninho; os mais ásperos o acusavam
de ser um "aventureiro oportunista". Outros, resistiam a sua presença pela
simples substituição que fazia ao comando do ex-prefeito Ademir Lucas.
Em
nĂvel estadual, sua presença nas fileiras do partido tambĂ©m era um dado sem
maior relevância. Era sĂł mais um integrante sem maiores prestĂgios. NinguĂ©m
acreditava em sua eleição para o comando da terceira maior cidade de Minas Gerais.
Ao
pé do ouvido, sussurravam alguns, havia até um pacto de não agressão ao
candidato do PCdoB, o entĂŁo prefeito Carlin Moura, a fim de garantir nova
composição no segundo turno e uma participação num hipotético segundo governo comunista.
O
nĂŁo envio de recursos significativos Ă campanha de Alex de Freitas, no primeiro
turno da eleição, comprova seu desapreço no ninho.
Alex
de Freitas só conseguiu as bênçãos do partido após as eleições. Encontrou, por
fim, a "acolhida" do senador AĂ©cio Neves.
Em
novembro Alex de Freitas viajou a BrasĂlia a convite de AĂ©cio Neves.
Foi recebido com pompa e circunstância. Furou algumas filas e foi dispensado de
alguns protocolos de identificação e acesso ao Senado. Sentiu-se importante.
Foi
parabenizado e paparicado pelo senador mineiro. Foi comparado ao prefeito
eleito de SĂŁo Paulo, JoĂŁo DĂłria.
A Alex foi atribuĂda a renovação do partido.
Foi chamado de gestor moderno, competente e corajoso.
De
lá, Alex foi levado para ser recebido pelo presidente Michel Temer. Ao chegar,
ouviu um “VocĂŞ Ă© que o famoso Alex de Freitas!?”
Nesse
momento (nĂŁo Ă© difĂcil intuir) dever ter dado para ouvir Alex se inflando de
vaidade.
Um terceiro encontro, também mediado por Aécio Neves, no gabinete do
entĂŁo Ministro das Cidades, Bruno AraĂşjo, quando foi dada garantia ao prefeito eleito de apoio do governo
federal a sua gestĂŁo.
Alex chegou em Contagem, registram vários dos seus apoiadores mais
prĂłximos, completamente outra pessoa.
Percebia-se,
e disse a mais de um interlocutor em diferentes momentos, como a principal
liderança do PSDB em Minas. Prefeito de uma cidade do porte de Contagem,
poderia até sonhar, para um futuro breve, com uma candidatura ao governo do Estado.
De
BrasĂlia, alĂ©m da afetação de grandeza, Alex trouxe uma generosa lista de
indicações.
No anĂşncio do
secretariado, Alex garantiu a presença do presidente do PSDB de Belo Horizonte,
Reinaldo Belli, na expressiva e muito bem orçamentada Secretaria Municipal de Obras.
Na Secretaria Municipal de Planejamento, Alex acolheu a indicação de Marilene
Chaves; O filho do candidato derrotado do PSDB ao governo do Estado, Pimenta da
Veiga, chegou a ser anunciado como secretário de Comunicação. Mas Pedro Pimenta da
Veiga nĂŁo chegou a tomar posse.
Isso
sem falar na centena de cargos de segundo e terceiro escalĂŁo ocupados por
indicação do PSDB Minas.
Tido
como um polĂtico sedutor, Alex de Freitas foi completamente seduzido pela fala fácil
e projeção entusiasmada de AĂ©cio Neves. O tĂpico tropeço de amador quando lida
com profissional.
Para
o futuro, Alex hoje deve se contentar apenas com a conclusĂŁo do seu mandato.